Saturday, May 10, 2014

Um bocado de Vietnã

Esse post é um apanhado de coisas que observei durante a viagem mas não se encaixaram em nenhum dos outros posts, então vou fazer por meio de tópicos.

Trânsito: dava pra escrever um post só sobre o trânsito, em resumo é caótico, insano, lento mas todo mundo se entende. Motos não respeitam mão e contra-mão, motos não respeitam o semáforo, motos andam na calçada feito pedestre, enfim, completa ZONA. Vocês podem conferir aqui e aqui.

Motos sem retrovisor: acho que a moda aqui é não ter retrovisor na moto, os mais caretas usam 1 retrovisor, os que são MUITO caretas usam 2, mas essa última categoria praticamente não existe.

Casas finas: a maioria das casas em Hanoi eram bem finas, isso mesmo, as casas tinham a largura de um quarto, são todas coladas uma nas outras, a maioria não tem janela na lateral e geralmente tem 2 andares, além do térreo, que geralmente é um comércio. 

Vivem onde trabalham: é muito comum o dono do comércio morar em cima do comércio, é o que mais tem.

Pedágio: apesar de ser um país socialista várias estradas tem pedágio, segundo o taxista falante, umas estradas são do governo, outras privadas.

Pobreza: A maior parte da população do Vietnã me pareceu pobre (PIB Per capta Vietnã US$ 3.500 x US$ 11.000 Brasil) mas não vi tanta miséria, mendigos mesmo vi poucos. Acho que dificilmente alguém passa fome, a agricultura está por toda parte e a comida é muito barata.

Cozinha em casa: acho que os apartamentos são construídos sem cozinha, os vietnamitas fazem todas as refeições na rua. Os cafés, restaurantes e barraquinhas de comida estão sempre LOTADAS e tirando os restaurantes pra turistas, tudo é barato.

Café: o povo aqui é louco com café, você encontra café de tudo quanto é jeito, e o sabor do café daqui é bem diferente, além de ser normal usar blends de café.
Sempre estão na rua: continuação da observação acima, as ruas, praças e vielas estão sempre tomadas de gente. Jovens, adultos, idosos, crianças.  Parece que eles só vão para casa dormir, é impressionante.

Crianças soltas: as crianças aqui têm muita liberdade, mesmo com o trânsito INSANO elas ficam soltas brincando. Aquele mundo de gente passando pra lá e pra cá e os pequenos se divertindo. Vi também meninos de uns 6 anos voltando para casa sozinhos da escola. Mesmo com a pobreza o país não é violento.

Bandeiras: a bandeira nacional está por todos os lados, não descobri se é obrigatório ou opcional.

Plantações: como já disse em um dos posts, todo lugar é plantado, eles aproveitam qualquer pedaço de terra. É realmente impressionante.

Obras: o país é um grande canteiro de obras, quando não são grandes obras estatais, ou prédios gigantescos, são casas feitas por 2 ou 3 pedreiros.

Bem, se lembrar de mais alguma coisa, atualizo o post.

Só para concluir...

A viagem para o Vietnã valeu muito a pena, é um país fantástico, com um povo muito simpático e possui uma culinária excepcional.

A Ásia é realmente um lugar interessante para se conhecer, como não temos muitas referências asiáticas na nossa cultura tudo nos parece novo, estranho, diferente. Eles têm  um modo diferente de encarar a vida, e observar e viver um pouco disso é uma experiência muito gratificante.

Até a próxima viagem.

Friday, May 9, 2014

O agente laranja (6/5/14)

Fotos: https://www.dropbox.com/sh/ccogsdcmq816kmx/AADEPz7iMNWzpUDURZnlLo6_a
(As fotos de fundo laranja são muito fortes)

Acordei com o capitão anunciando 34 C, uma péssima
noticia, já estava com saudade da temperatura amena de Hanói. 

Na hora que pisamos para fora do aeroporto uma mulher de uniforme  veio noa perguntar se queríamos taxi, respondemos que sim, quando vi o veículo não era de nenhuma das cias indicadas pelo hostel, me senti um besta, tinha caído no golpe do taxi caro. 

Ledo engano, o taxi deu o mesmo valor previsto mas o melhor foi o papo com o taxista. 

O sujeito entendia bem de economia e política, quando dissemos que éramos de Brasília ele ja soltou, "the capital". Fiquei realmente impressionado, ai comecei a falar de economia, politica e educação. 

Falei para ele que sabíamos algo sobre Cuba e Venezuela mas nada sobre o Vietnã, que eu imaginava algo completamente diferente. 

Ele riu e disse que a maioria das pessoas se surpreendia, que a economia evolui depois de 86 com a abertura do mercado. Que eles recebiam investimentos de todas as partes de mundo. 

Perguntei se as estradas eram privatizadas, pois em algumas existe pedágio. Ele me disse que a maioria e do governo mas algumas são de investidores. 

Comentei sobre as pequenas fazendas e ele disse que era uma politica de governo mas que existiam grandes fazendas iguais às do Brasil. Que eles eram o segundo maior exportador de arroz e o terceiro de café, que basicamente eram um país agrícola. 

As escolas eram todas públicas, que ensinavam inglês (escrita e leitura bem, escuta e fala mais ou menos). Disse que a maioria dos jovens é capaz de se comunicar em inglês, os mais velhos, acima de 40, dificilmente. 

A impressa é controlada pelo governo, os filmes com cenas de sexo adaptados. Podem ter tv a cabo, a internet é controlada, só não sabia muito bem como, mas pelo que andei navegando não vi nenhum tipo de bloqueio. E olha que busquei palavras do tipo censura, prisioneiros políticos, etc. 

A corrida de taxi valeu muito a pena. Conseguimos fazer  early check in, deixamos as malas no quarto e fomos almoçar. 

Acertamos mais uma vez no almoço. O lugar oferecia aulas de comida Viet, e almoços de menu completo. Como não dava tempo de fazer a aula (quando voltar com certeza farei). 

O restaurante me pareceu familiar, era pequeno, simples mas tinha as paredes todas escritas (fotos) com mensagens de pessoas de todo o mundo, elogiando o serviço e a comida. Claro que no final deixamos uma mensagem com a bandeira do Brasil, nao tinha achado nenhuma.

A comida muito boa, tirando um peixe e um frango com capim limão, pra mim não combina muito. 

Hora de bater perna no sol escaldante. Próxima parada palácio nacional da reunificação, ex sede do Vietnã do Sul. Uma palácio presidencial cheio de luxo, fotos de encontros importantes, alguns tanques da guerra no jardim e um F5E que possuía uma história curiosa. 

Esse caça era das forças do Sul mas foi roubado por um soldado do norte. Ele entrou na base aérea e furtou, simples assim. Fiquei pensando. Os caras já são meio parecidos, imagina careca e de uniforme e no meio de uma guerra, qual a chance de sacar que o sujeito era do Norte ou do Sul? 

Esse mesmo caça foi usado para bombardear esse palácio, um dos últimos focos de resistência americana (se eu me lembro bem, a história foi essa). 

Os pontos turísticos sempre muito cheios, a maioria asiático (furando a porra da fila) e alguns ocidentais. 

Dali seguimos para o museu de memória  de guerra. Na entrada alguns tanques, aviões e barcos de guerra. 

Pelo museu você vê que o objetivo americano era fazer com que o Vietnã voltasse a idade da pedra (palavras de um militar americano que li na parede). Eles bombardearam sem dó durante uns 20 anos. 

As galerias mostram fotos da guerra, armamentos, reportagens, cartas e uma sala com fotos de jornalistas que cobriram a guerra. 

Mas o mais chocante é a sala laranja, referência ao agente laranja (arma química usada na guerra). 

O nó na garanta que tive foi muito parecido com aquele que tive no museu de Hiroshima. Os olhos de todos visitantes estavam cheios de lagrimas, todo mundo em silêncio. 

O horror dos agentes químicos é tão chocante quanto a da bomba atômica. É indescritível, quem tiver estômago pode ver as fotos de fundo laranja. 

As vitimas americanas dos agentes químicos (soldados que estavam em solo e que pulverizaram as cidades) entraram na justica contra o governo e as cias (Monsanto e Dow) e ganharam indenizações, as vitimas daqui entraram com a mesma ação mas não obtiveram
sucesso. 

No final da galeria há uma carta escrita por uma das vitimas (filha de agricultores que trabalharam em terras ainda contaminadas, ela não possui ambas as pernas e um braço) para o presidente Obama, é realmente emocionante, tirei uma foto, acredito que tenha postado. 

Há tabelas mostrando o percurso das cidades que foram pulverizadas, é muito absurdo, o ser humano é um bicho muito mal. 

Como já disse no post de Hiroshima, guerra é a coisa mas estúpida que a humanidade pode cometer, acho que todo mundo deveria visitar esse tipo de museu. 

Uma coisa que me impressionou foi como um país agrícola, apesar do apoio russo e chinês, ganhou a guerra. A superioridade americana era gigantesca mas acho que a vontade do povo por liberdade superou tudo. Acredito que eles preferiam morrer a serem dominados pelos americanos (no final da guerra tanto norte como sul atacavam os americanos). No final, mulheres, homens velhos, qualquer um atacava os americanos com o que tinham a mão. Venceram pelo cansaço, eles nao se renderam em nenhum momento. 

Se nao me engano, foram 3 mi mortos pelo lado vietnamita, sendo 2 mi civis. Durante os ataques os americanos cometeram todos os tipos de crime de guerra possíveis. 

Bem, depois dessa coisa horrível passamos pela catedral de Notre Dame e pelo correio (um prédio francês bem bonito). 

Antes de voltarmos para o hostel tomamos o famoso cafe cagado pela doninha (isso mesmo, o bicho come o grão de café, caga e ai eles pegam a bosta, separam o grão e fazem o café). Cada pequena xícara  custa a bagatela de 15 reais mas vale cada centavo, o negocio é bom pacarai, chega a ser cremoso. 

Depois disso fomos a um supermercado comprar uns cafés para levar para casa. Sempre
gosto de ir a supermercados no exterior, acho curioso ver o que os caras compram, ainda mais na Ásia, a coisa toda é muito diferente. 

Voltamos para o hostel com a esperança de descansamos um pouco no ar condicionado mas quando o quarto estava esfriando a luz acabou. Resolvemos buscar um restaurante para jantar.

A regiao perto do nosso hostel é a típica região mochileira. Aquela gringaiada, o povo pedindo esmola, vendendo coisas, mil restaurantes parecidos, agências de turismo, enfim, muito parecido com aquela porqueira das Ramblas, Amsterdã, Khao San Road, etc. 

Entramos num café não muito promissor, com um garçom bem lerdo mas a comida nos surpreendeu. No meio do jantar rolou um arrastão da policia, eles passaram recolhendo todos os cartazes, display, objetos dos restaurantes que estavam na calçada, uma cena bem curiosa. 

Vencidos pelo cansaço, dormimos e pegamos nosso voo para Bangkok (passamos uma noite) e começamos a longa viagem de volta. 

A praia deles (5/5/14)



O cafe da manhã do hotel era apenas razoável, sempre uma sopa local, uns pães e omelete, mas esse último frio, o povo do hotel já os deixava preparados, logo, sempre estavam frios. Muito espertos. 

Depois disso partimos rumo a Hoi An, no caminho trocamos algum dinheiro e acabamos conhecendo um engenheiro americano que vivia há 14 anos em Da Nang. Com certeza ele ajudou a construir boa parte dos prédios aqui. 

Aproveitamos para deixar o Iphone no conserto, os botões não estavam funcionando muito bem, nem recibo pegamos, é tudo na confiança. 

No banco presenciamos novamente a falta de noção dos asiáticos quando se trata de fila, os caras simplesmente nao respeitam a porra da fila. Vontade de descer a mão neles. 

Pegamos o ônibus comum, o que se mostrou uma péssima escolha. A picareta da trocadora nos cobrou mais pela passagem, quando chegamos na estação vários moto-taxis vieram oferecer o serviço, mas como queríamos ir a pé nem a direção eles indicaram. 

No escritório oficial de turismo tentei reclamar a respeito da trocadora safada, eles nos deram o endereço do escritório da cia de ônibus,  mas quando fomos lá não tinha cara de escritório nem ninguém. 

Voltando ao buzão, a trilha sonora era uma musica "francesa" mas cantada em viet, o encarregado de embarcar os passageiros ficava na porta e o ônibus mal parava no ponto, o passageiro praticamente pulava pra dentro, vou postar um vídeo ilustrativo. 

No caminho, vimos várias crianças saindo da escola, os moleques deviam ter uns 5 a 7 anos e voltavam sozinhos para casa, uma cena bem surreal para os padrões brasileiros. Como a violência aqui é bem baixa, as crianças são bem mais livres. 

Quanto mais turístico o lugar, mais pessoas te enchendo o saco vai ter. E na parte velha da cidade não foi diferente, toda hora alguém tentava oferecer algo, um porre. 

Apesar dessa encheção de saco, o lugar é bacana, existe muito artesanato, alguns trabalhos de artistas locais, muitos restaurantes, museu da cerâmica, "templos" chineses (não deu pá identificar qual religião eles praticavam nesses lugares. Uma coisa curiosa são os incensos gigantes, eles tem ate uma etiqueta pendurada com a data de início da "queimação".) 

Almoçamos, vimos algumas casas antigas, que tem um telhado muito estranho (acho que postei nas fotos) e achamos uma livraria com umas pop arts muito foda. 

Na volta, pegamos um taxi que nos levou para Da Nang na avenida beira mar e ficamos impressionados com os resorts, o negócio é realmente impressionante, é muito luxo. 

Votamos para a cidade, pegamos o Iphone e fomos para hotel colocar uma roupa para dar um mergulho. 

Logo de cara já morremos de rir, os salva-vidas usam uma espécie de cesta gigante para entrar na água, é tipo um bote em forma de
cesta. Os banhistas só ficam nas áreas delimitadas para nadar, eles não se arriscam. 

A roupa merece um parágrafo especial. Lembra daqueles maios e biquínis da sua bisavó? Pois é, a grande maioria usa algo desse tipo, isso, se nao mergulham de roupa mesmo. Acho que se alguém fizer topless aqui deve ser preso. Apenas uma meia dúzia de gringos, o resto era local. 

A água era bem limpa e  tinha uma temperatura agradável. Na vota pro hotel pegamos uma chuva mas chegamos inteiros.

A praia dos vietnamitas é algo bem distante da nossa realidade  

Na ida para o jantar passamos pela ponte do dragão, a estrutura da ponte era o corpo de um dragão. 

O jantar, para variar, estava sensacional, e depois sentamos (nas mini cadeiras típicas daqui) num café para tomarmos o último Bac Xiu da viagem. Uma lástima. 

No dia seguinte conheceríamos Saigon, ou melhor, Ho Chi Minh city, hora de dormir. 

Sunday, May 4, 2014

Do trem ao tango (4/5/14)


Depois de 19 horas e meia de trem da década de 70, ou menos, chegamos a Da Nang. Acho que foi uma das maiores burrices que já fiz na vida. Aparamente é um programa que toda turista faz e fui na onda. O trem parava a cada cidade e ficava muito tempo nas estações. Além disso,
As vezes parava no meio do nada. Isso resultou num atraso de 3 horas. 

A viagem é tão longa que consegui acabar um livro que estava enrolando a meses e cheguei a 30% de outro. 

Durante a viagem confirmei uma suspeita que tive durante a estrada para Halong Bay. A agricultura deles está por todo lado, qualquer pedacinho de terra vago eles ocupam com comida ou pequenos lagos para criar peixes, é algo realmente impressionante. São milhares de pequenos produtores, acho que isso deve ser um dos motivos da comida ser tão barata. E nada mecanizado, não vi um trator. 


Para vocês terem uma idéia, no "passeio", em frente as fabricas que vi na estrada, existiam pequenas hortas. Outro fato curioso é que ao longo dos trilhos estão as casas e plantações, no horizonte as florestas, não sei qual o nível de preservação aqui, mas me pareceu grande. 

Da Nang é uma cidade completamente diferente de Hanói, muito mais nova, menos bagunçada e em plena expansão.

Nunca vi tantos hotéis por metro quadrado. Condomínios residenciais gigantescos e uma natureza que colabora com a beleza da cidade. 

Na entrada da cidade um parque nacional, no meio da cidade um rio bem cuidado com vários hotéis e restaurantes, uma praia bonita e tudo isso rodeado por montanhas. 

Nosso hotel ficava praticamente na praia, caminhando nao dava 5 minutos. Era novo em folha, cheirava a novo! Ate nossa recepcionista nao sabia muito bem inglês, ate ela era novata no ramo. 

Saímos em busca de comida, seguimos uma dica do tripadvisor e o restaurante estava fechado. Comemos uma batata frita num boteco e voltamos pro hotel para tomar um banho, eu estava podre. 

Descansamos um pouco, pegamos um taxi e fomos jantar. A beira do lago existiam inúmeros restaurantes e cafés. Pra variar, parecia que todo mundo estava na rua. Isso eh uma coisa muito banana dos vietnamitas, eles vivem na rua, a falta de violência ajuda isso. 

A cidade parece ser dividida em duas áreas, a margem do rio, aonde se concentram os principais hotéis e restaurantes e a praia, onde os novos hotéis se proliferam e alguns restaurantes. 

Outra percepção foi que a cidade está recebendo um investimento pesado, as novas ruas são largas, os prédios altíssimos e vários lançamentos de condomínios residenciais. Como existe um aeroporto internacional na cidade isso faz muito sentido. Além disso, parece que aqui é a cidade de veraneio dos vietnamitas mais abastados. 

Um fato curioso  foi o numero de cafés e bares passando futebol. Além disso, existe um estádio e vi alguns campos. O povo aqui realmente é fã de futebol. Outro "esporte" muito popular  na cidade é o bilhar, existem vários espalhados. 

Depois de um excelente jantar
ainda achamos um pequeno e simpático café, aonde eles fazem
seu próprio chocolate. Muito
bom por sinal. 

Antes de voltar para o hotel presenciamos uma cena peculiar. O pessoal estava dançando tango a beira do lago, tendo na língua local, surreal, postei um video junto com as fotos. 

Hora de dormir. Amanha o dia será cheio. 

Halong Bay (2-3/5/14)

Fotos: https://www.dropbox.com/sh/w0udp5rbcc4q7oe/fXxbI963Ll

Começamos o dia pegando um ônibus ate halong city. A viagem foi bem tranquila, aquela direção em slow Motion que ja mencionei. O guia nos disse que a velocidade máxima na highway é 70 km/h e  50 nas estradas normais. 

Ao chegar na regiao portuária de halong city tomei um susto. Eu esperava uma marina pequena e uma vila de pescadores mas nada disso, encontramos diversos resorts, condomínios residenciais e uma marina bem grande. 

Na marina apenas barcos pequenos de moradores locais ou barcos das empresas de turismo, nada de lanchas, iates ou jetski. A coisa me pareceu bem controlada. 

Embarcamos no nosso "cruzeiro" e fomos recepcionados com um suco de boas vindas. O staff do barco foi muito receptivo, o pessoal aqui sabe como tratar bem o turista. O guia nos explicou os procedimentos do barco, fomos para o quarto deixar as malas e voltamos para o almoço. 

O almoço foi farto e gostoso, nem tudo era fresco mas a comida estava muito boa. Depois do almoço subimos para o deck e o barco começou a navegar. 

Halong bay foi considerada umas das 7 maravilhas naturais do mundo pelo ONU e acho que eles estavam certos. São mais de 1900 ilhas montanhosas, uma água limpa e tranquila, o negocio é realmente muito bonito, é um passeio que vale muito a pena. 

Depois disso visitamos uma vila flutuante. Ha muitos anos um sujeito resolveu fixar residência no meio do nada e a comunidade surgiu. Hoje, até escola eles tem. Ao todo são 5 vilas, fomos na maior delas. 

É um tanto quanto curioso uma comunidade flutuante, nao estou falando de casas a beira do lago, a coisa aqui é no meio do nada mesmo. As casas ficam boiando. Eles sobrevivem vendendo peixes, frutos do mar e explorando o turismo. Regularmente barcos vem trazer água potável, combustível (para barcos e geradores) e recolher o lixo. 

Avistamos um barco de pesca estranho, com varias lâmpadas grandes e o guia nos explicou que eles usam a luz para atrair os peixes para a rede, nunca tinha visto nada parecido. 

Depois disso voltamos para o barco, tiramos um cochilo, apreciamos a natureza, jantamos e depois dormimos. 

Acordamos com um ótimo café da manha e depois fomos para a caverna (esqueci o nome). Você fica um pouco desanimado com a escadaria gigante mas quando entramos na caverna tivemos a sensação que valeu a pena. 

A câmara principal da caverna é gigantesca e muito bonita, foi bem surpreendente, além disso, tudo é muito bem sinalizado e conservado. O pessoal aqui tem a exata noção do que é turismo. 

Depois disso, almoçamos e pegamos o bus de volta para Hanói. 

De volta ao hotel fizemos o check out e jantamos por ali mesmo. O hotel nos surpreendeu mais uma vez, a comida era excepcional. 

O hotel nos providenciou um taxi e um funcionário do hotel foi com a gente ate a estação e nos deixou na nossa cabine. O serviço do hotel foi perfeito do começo ao fim.

Ah, e antes de irmos para a estação pegamos um cafe Bac Xiu (aquele com leite de coco e condensado) para viagem. 


Friday, May 2, 2014

Dia do trabalho (1/5/2014)



Nem se planejasse conseguiria passar o dia do trabalho num país socialista .

Depois de um cafe da manha excelente fomos em direção ao mausoléu de Ho Chi Minh. Para o nosso azar ou sorte era dia de homenagem ao falecido. Ao chegar nos deparamos com uma fila interminável.

Os policias tentavam organizar a fila sem muito sucesso, os asiáticos nao são muito adeptos ao conceito de fila. Curioso que eles, os guardas, nao usam nenhum tipo de arma, nem cacetete. 

Depois de mais de uma hora de fila ja estava arrependido de estar naquele lugar, o mausoléu nao chegava nunca. Mas como ja tínhamos perdido muito tempo resolvemos ficar. 

O que mais me impressionou foi a devoção do povo, jovens, crianças, idosos, todo tipo de gente estava naquela fila. Muitos adolescentes estavam naquela fila sem a cia dos pais, ou seja, estavam ali por vontade propria. 

Após uma duas horas conseguimos entrar no mausoléu. Esperava ver apenas um caixão mas o sujeito estava lá, como se fosse um boneco de cera. Uma cena meio estranha mas interessante. Um tablado na parte mais interna era destinado às crianças, para poderem ver e chegar mais perto do herói nacional.

A cena toda é de impressionar, eles realmente amam o cara. 

Depois disso seguimos para o tempo da literatura, local da 1a universidade do país. Um lugar extremamente bonito e lotado de turistas. Lendo as placas deu pra descobrir que para se formar o sujeito tinha que passar num teste aplicado pelo próprio rei. 

No templo existiam varias tartarugas com lápides em cima, pelo que entendi eram em homenagem as doutores da universidade. Nao deu pra descobrir se os corpos foram enterrados ali, mas a homenagem ja foi bem impressionante. 

Hora do almoço, escolhemos um restaurante escola ao lado do templo, Koto. Eles tem um programa de ensinar culinária e ingles para jovens carentes, tudo explicado no folder que estava na mesa. 

Pedi um pato com 5 especiaria, mais um purê com chutney de manga. Sem duvida foi uma das melhores comidas que ja provei na vida. Aproveitei e tomei uma cerva local, nada demais. Como sempre o serviço foi ótimo. 

Ao caminhar pelas ruas de hanoi fica clara a influencia francesa, os prédios bonitos, as avenidas e passeios largos, a arborização, as padarias com seus pães e doces, enfim, uma ex-colônia. A experiência de caminhar pelo "bairro francês" foi muito agradável. 

De barriga cheia caminhamos ate o lago Hoán Kiém. O lugar estava lotado, gente correndo, namorando, comendo, jogando aquele futebol de peteca. 

Na beira do lago ficam os teatros de marionetes na agua, aproveitamos e compramos entradada para a próxima apresentação. Apesar de termos comprado as ultimas entradas, e os ingressos quase esgotados, pegamos cadeiras na primeira fila. 

O teatro é completamente diferente de tudo que já vi, as poucas crianças da platéia ficavam vidradas nas marionetes. A musica ao vivo complementava o espetáculo, realmente é um programa imperdível em Hanói. 

No caminho de volta para o hotel paramos num café indicado pelo pessoal do hotel, um cafe simples, bem diferente dos outros que encontramos no caminho e pedimos o tradicional cafe com leite condensado, leite de coco e gelo. 

O café é absurdamente bom, e olha que não sou chegado em café gelado, definitivamente vou tomar outro. 

No café conhecemos um casal da republica tcheca, ele americano, ela russa. Ficamos umas duas horas conversando com as figuras, foi interessante trocar idéia sobre as percepções da cidade. 

Depois de uma rápida parada no hotel saímos para jantar num pub bem recomendado no tripadvisor. Para continuar minha busca pelo melhor hambúrguer do mundo acabei pedindo um. Nao foi o melhor que já comi mas era um nota 8.5, ou seja, bem acima da média. 

No caminho para o pub passamos em frente ao hostel mais animado da cidade, a gringaiada pirando em la bamba. 

Bem, hora de dormir, amanha o dia começa cedo com uma viagem para halong bay.